O tal DRT - parte II

Inacrediável. Quase inadmissível, gente.
Não tomem esse texto como um texto propriamente dito mas como um desabafo online.

Quando escrevi há tempos atrás sobre o TAL DRT achei que não estava exatamente prestando um serviço aos artistas, atores, atrizes, técnicos e blá blá blás. Achei sim que estava escrevendo mais um texto sobre o tal do documento que todo mundo conhece, nada além disso. Um documento que devia ser tão "famoso" quanto nosso grandes atores. Mas qual não foi minha total surpresa ao receber, de toda parte do Brasil emails pedindo explicações sobre o DRT, esclarecimentos sobre os exames da banca e nosso sindicato
tão frágil por questões óbvias.

Adorei responder todos os mails recebidos e me sentir (aí sim) prestando um serviço para as pessoas que estão começando, que já começaram e para as que pretendem começar. Ao mesmo tempo que me senti útil, me senti mal. Não pela falta de informação dessas pessoas que me escreveram. Mas pela falta de comunicação entre SINDICATO-ESCOLAS-ATORES-PRETENDENTES-A-ATORES.

De repente me perguntei:

Esses alunos tão sedentos de conhecimento estão realmente sendo bem orientados pelas suas escolas? Onde estão os docentes que nunca falaram disso com os seus alunos? Onde? Onde? Onde?

Fui invadida por uma necessidade imediata de pedir aos aspirantes a atores:
PROCUREM ESCOLAS SÉRIAS!!! PROCUREM INSTITUIÇÕES DE VERDADE, COM REGISTRO E RECONHECIMENTO PELOS ÓRGÃOS COMPETENTES. PELO AMOR DE DEUS PROCUREM QUEM TEM BASE DE ENSINO, QUALIDADE E UM HISTÓRICO SÉRIO!

Na maior parte dos emails que recebi as dúvidas eram as mesmas:
Como é o exame da banca?
Onde me inscrevo?
Onde eu consigo um DRT?

Confesso que não tinha todas as respostas. Mas não tive dúvidas: pesquisei algumas informações na Internet, liguei pra amigos, respondi tudo que podia, li regulamentos. Orientei alguns, dei
dicas para outros. Para os mais experientes, expressei minha opinião.

Surpresa? Sim. Boquiaberta.
Tive medo por quem está começando tão descoberto de orientação, tão ávio por conheicmento teórico e prático.
Por outro lado, senti felicidade de ter as respostas e de ter gente disponível para me ajudar.

Ainda, num terceiro e isolado momento sorri um sorriso solitário quando essas pessoas me adicionaram no Orkut e no MSN me deixando a vontade para fazer o mesmo com os virão. Outras me agradeceram tanto que tive a sensação exata de que tudo que todos queriam era atenção, um carinho, um chamego para quem está sentindo-se perdido nessa concorrida profissão e não encontrou apoio em casa, na escola, com os amigos ou sei lá mais o quê. Senti nossos aspirantes carentes de informação e de ajuda.

E por isso resolvi arregaçar as mangas e voltar com tudo para cá.

Mas antes disso, quero agradecer: Obrigada, gente.

Vocês me fizeram um super bem. Eu me senti acolhida pelos leitores deste belo site, agradecida pela confiança que vocês depositaram em mim me perguntando, me pedindo, querendo uma resposta amena ou outra bem cruel. Obrigada, obrigada, obrigada!
Quando, sempre me coloquei à disposição de vocês eu não estava brincando. Estou aqui. Para informações, orientações ou um conselhinho besta.

Fiz amigos aqui. Gente que me quer bem e por quem eu tenho nutrido um sentimento especial: como aquele de quem é
professor para com seus alunos. Eu ainda tenho uma vida que aprender. Mas com vocês me estimulando desse jeito, vai ficar bem mais fácil.

Obrigada, obrigada, obrigada!
Vocês têm sido leitores companheiros de brigas e de sonhos.

Um beijo carinhoso em cada um com a certeza absoluta que, a gente querendo, pode mudar essa realidade do teatro que
não agrada nenhum de nós.

E pelo amor de DEUS: PROCUREM ESCOLAS SÉRIAS, COMBINADOS???

E pra os outros pormenores, continuem gritando pra mim.

Tati Cavalcanti
taticavalcanti@uol.com.br